segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Celegorm

Olá amigos.


Acordei hoje ás 7 da manhã não muito bem disposto. Tal não é nada normal em mim já que acordar a horas inumanas é algo que me dá um tremendo prazer, quase tanto prazer como aquele que certamente sentirão as crianças africanas ao receberem a sua primeira metralhadora aos 5 anos de idade quando a única coisa que querem é meio saco de arroz.

Tal estado de má disposição leva-me a ser ligeiramente critico, algo que também não é de todo normal em mim.

Esta junção de factores levou-me a relembrar algo que tinha retido na minha mente e que estava desejoso de deitar cá para fora.

Certamente já viram por aí inúmeros estados de Facebook a dizer algo como: “Vou 5 meses para a Tailandia”, “Vou 12 meses para o Zimbabwe”, “Fui sodomizada por 2 cabo-verdianos à bruta e gostei” (Ok, esta ultima é falsa mas aposto que vos chamou a atenção.)

Ora isto para quem não sabe não se trata de destinos de férias mas sim de uma campanha de sensibilização para o cancro.

“Tás a ser estúpido” pensam vocês

Errado.

De facto teoricamente é este o objectivo de tais mensagens. E isto porquê? Ao colocarem tais mensagens no vosso mural estão a sensibilizar todos os vossos amigos para este flagelo. Como? Não faço ideia.

Mas vou partilhar convosco o inicio desta história.

A minha mãezinha, que Deus a tenha em descanso (não por ter falecido mas porque espero mesmo que esteja a descansar), há pouco tempo criou uma conta de facebook.
Eventualmente começou a receber toneladas de esterco na caixa de mensagens, mas ao contrário das outras mães deste país ela tem a sorte de ter acesso à mente mais brilhante que jamais existiu o que permite que não caia no erro de fazer merda.

Num belo dia ela veio-me consultar relativamente à mensagem que passo a transcrever:

"Esta é uma brincadeira pra divulgar a campanha em prol da concientização do Câncer de Mama. Todas lembramos das brincadeiras anteriores, quando se pedia a cor do sutiã, onde estava a sua bolsa, do número do seu calçado. E teve uma divulgação muito boa. Pois bem, a regra continua a fmesma: Não diga a nenhum homem o que significa. Copie, cole e reenvie esta mensagem a todas as suas amigas, e vejamos se somos capazes de continuar tendo sucesso na campanha.A ideia é escolher o mês e o dia do seu aniversário. Escreva APENAS: VOU MORAR EM (mês do seu aniversário, conforme tabela abaixo) (dia do seu aniversário) MESES. (carinha sorridente).Exemplo: quem faz aniversário em 14 de fevereiro: VOU MORAR EM LONDRES 14 MESES. Tabela de equivalência dos meses:Janeiro: México Fevereiro: Londres Março: Miami Abril: República Dominicana Maio: França Junho: São Petersburgo Julho: Áustria Agosto: Alemanha Setembro: Holanda Outubro: Amsterdam Novembro: Las Vegas Dezembro: Colômbia.."


Depois de ler isto a minha reacção foi:


'Da fuck? 

Mãe: Que é que faço?
Eu: O que é que escrever no mural que vais 15 meses pá Conchichina tem a ver com prevenção de cancro?
Mãe: Nada.
Eu: Precisamente.

Retirei-me então nos meus aposentos a pensar:



"Ninguem vai aderir a isto!"

No dia seguinte acordo, sento-me confortavelmente para a minha rotina de escrutínio das novidades facebookianas quando de repente:



"WTF?! Há gente a pôr isto??" 

Contei-vos esta historia baseada em factos verídicos para partilhar que perdi a réstia de fé que tinha na humanidade.

Não quero com isto chamar estúpidas a todas as pessoas que partilharam tais mensagens porque isso seria constatar o óbvio. Só peço que daqui em diante tentem, repito, tentem pelo menos usar um bocadinho do cérebro.

Despeço-me com tristeza e alguma revolta.


Ensinamentos by Wikipédia:

Celegorm: Na história criada por Tolkien, no Silmarillion, Celegorm foi o terceiro filho de Fëanor. Sendo o mais ambicioso dos outros seis irmãos, seguiu à risca o Juramento de seu pai com grande labor, e isso o levau a destruição. Em Valinor, se tornou um grande caçador e amigo de Oromë, um dosValar. De Oromë, Celegorm ganhou sabedoria para entender a língua dos pássaros e outros diversos animais. Ganhou um presente chamado Huan, o grande caçador, um cachorro de grande porte que poderia carregar alguém nas costas com facilidade, que acabou se tornando seu escudeiro. Celegorm era muito amigo de sua prima Aredhel, filha de seu tio Fingolfin (meio-irmão de Fëanor). Após a escuridão de Valinor, proveniente das Silmarils roubadas por Melkor (Morgoth após esse ato), Celegorm jurou no pátio de Tirion juntamente com seus irmãos e a maioria dos Noldor que iria à Terra-Média recuperar as jóias criadas por seu pai, que estava enfurecido, sendo assim conhecida como o Juramento de Fëanor. Assim, marchou juntamente com os noldor de Valinor à Terra-Média. A fé de Huan o acompanhou neste exílio.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dilatação Térmica

Indigna-me a leviandade com que se usa a palavra desporto para classificar qualquer actividade hoje em dia.

Segundo a sua definição, desporto consiste na pratica de actividade física (individual ou colectiva) com fins competitivos e sujeita a regras pré-estabelecidas. 
À partida implica uma habilidade nata ou anos de treino que permitam a um individuo ser bem sucedido nessa mesma actividade.

Agora que esclarecemos este ponto permitam-me lançar para o ar duas palavras:

Bungee-Jumping.

Chamam-lhe desporto radical.

Tendo em conta a definição previamente descrita por mim e apoiada por esse ícone do conhecimento que é a Wikipédia há algo que não bate certo.

Actividade física? De facto é necessário flectir os joelhos par atar a corda aos pés, mas essa mesma flexão também é necessária para a evacuação de sólidos e não lhe chamamos desporto.

Vertente competitiva? Enquanto não for alterada a forma como isto se pratica e não começam a haver embates no solo e posterior comparação do tamanho das manchas de sangue deixadas não consigo discernir nenhuma vertente competitiva.

Sujeito a regras pré-estabelecidas? A única regra é tentar não falecer o que inviabiliza a minha sugestão anterior.

Portanto façam-me um favor e vamos deixar de chamar desporto ao que no fundo não deixa de ser uma tentativa de suicídio sem efeitos práticos.

Qualquer dia tomar uma dose excessiva de medicamentos e depois fazer uma lavagem ao estômago também é considerado desporto.

Antes de terminar recupero algo já feito por mim quando não tinha titulo para atribuir aos meus belos textos. O feedback que recebi foi de tal forma positivo que decidi torna-lo num segmento a utilizar em todos os meus artigos. Assim sempre aprendem qualquer coisa. Apresento-vos:

Ensinamentos by Wikipédia

Dilatação térmica: Em fisica, é o nome que se dá ao aumento do volume de um corpo ocasionado pela aumento de sua temperatura, o que causa o aumento no grau de agitação de suas moléculas e consequente aumento na distância média entre as mesmas. A dilatação ocorre de forma mais significativa nos gases, de forma intermediária nos líquidos e de forma menos explícita nos sólidos, podendo-se afirmar que: Dilatação nos gases > Dilatação nos líquidos > Dilatação nos sólidos.

sábado, 22 de outubro de 2011

Bem Haja a Democracia

Poderia começar este artigo como habitualmente, com um enchorrilhado de chalaças fáceis para aquecer os leitores e forçar os primeiros sorrisos, mas não o vou fazer.

Isto porque a situação económica do país é tão depressiva neste momento que esse tipo de piadas, face ao sentimento generalizado de desespero que se impôs no seio da população, jamais resultaria.

(Estou a falar bem e bonito, coisa rara, deixa aproveitar)

Há dias escrevi no facebook que a Democracia estava sobre-valorizada.

Depois de muita ponderação decido aqui, perante vós, retratar-me.

Estava completamente errado e quando assim é o profeta também possui a capacidade de assumir que errou. Para isso enunciarei os processos mentais que me levaram a mudar de opinião e concluir que de facto a Democracia não está sobre-valorizada e que deve ser estimada e celebrada por todos.

Mas primeiro permitam-me deixar no ar a ideia do que impulsionou a revolução de 74.

Ao contrário do que se pensa e se diz e se ouve em documentários o principal motivo que levou à revolução foi a inexistência da Zon ou Meo nesses tempos. Aliás a existência de uma Sic ou uma Tvi poderia muito bem ter prevenido a revolução. Um sem numero de novelas e reality-shows seriam o suficiente para manter o povo entretido. Claro que com apenas 2 canais seria difícil evitar o sucedido.

Mas continuemos.

Um dos primeiros motivos que me levou a pôr em causa a minha afirmação foi a realidade empresarial na era pré-democrática. Nessa altura como todos sabem as pequenas e médias empresas não tinham hipótese de sobrevivência num mercado monopolizado pelas super-potências. Qualquer negócio que não tivesse ligações e algum tipo de influencias politicas não singrava. Era do conhecimento geral que existiam concertações de preços entre as grandes empresas sem que a população o pudesse evitar.

Felizmente com a chegada da democracia as PME’s puderam finalmente impor-se e arranjar o seu espaço, os negócios familiares começaram a florescer e a prosperar. As pequenas empresas conseguiram finalmente jogar em pé de igualdade com as grandes e basta percorrer as ruas mais comerciais para se perceber que o negócio cresce a bom ritmo e nada faz prever que tal crescimento pare.

O segundo ponto em que me foquei foi na disponibilização de serviços básicos em todo o território nacional. Antigamente fecharam-se escolas e hospitais por esse país fora obrigando as populações a percorrer quilómetros para terem acesso a ensino e saúde. Felizmente com a chegada da democracia e da prosperidade económica hoje em dia temos praticamente uma escola e um hospital em cada virar de esquina e as pessoas do interior não ficaram esquecidas e privadas de tais serviços.

O terceiro ponto é também ele fundamental e baseia-se na estruturação da sociedade em classes. Antes de Abril de 74 é do conhecimento geral que a sociedade se dividia entre uma percentagem mínima de pessoas muito ricas, uma grande maioria de pessoas com fracos rendimentos e uma classe média que se ia reduzindo ao longo do tempo. Felizmente a revolução trouxe um sistema de classes mais adequado com proporções iguais entre os estratos sociais onde qualquer individuo tem a oportunidade de ser bem sucedido financeiramente se assim o desejar e em que o estrato mais pobre da sociedade se encontra em extinção e cada vez mais se vai transformando em classe média. A maior parte dos ricos são-no por mérito próprio e não através da exploração de mão de obra barata, de acumulação de cargos privados e públicos/políticos ou de fugas ao fisco.

Foquei-me também no factor segurança. Onde casos mediáticos caíram facilmente no esquecimento, muitos deles envolvendo indivíduos ligados ao regime. Casos esses que foram abafados e sem que chegassem a existir condenações. Altas entidades eram livres de cometer as maiores barbaridades envolvendo má gestão que levava ao declínio económico sem que fossem responsabilizados por tal. Também os pequenos criminosos eram livres de roubar, matar, violar ficando muitos deles em liberdade com penas suspensas. Hoje em dia tal seria impensável.

Lideres políticos? Muitos deles desviaram fundos públicos, sacos azuis e um sem numero de crimes de colarinho branco sem nunca serem condenados e muitos deles livres de se recandidatarem. Lembro-me de ler em livros de historia casos como o de Fátima Felgueiras em 68 e Avelino Ferreira Torres em 72. Muito grave. Mais uma vez graças à democracia tudo isso acabou.


Por fim um dos temas que mais polémica levanta. A censura. Um dos aspectos centrais que levaram à revolução. Antigamente até jogadas de bastidores em canais privados de televisão existiram graças ao longo tentáculo do regime. Casos mediáticos abafados da comunicação social, irregularidades esquecidas, um sem numero de casos que nunca vieram a publico devido aos entraves e influencias politicas de que os meios de comunicação eram alvo.

Por tudo isto conseguem agora perceber a necessidade de me retratar. A Democracia feita da maneira correcta como o é hoje em dia é de facto preciosa. Devemos estimar e agradecer a dádiva que é vivermos em democracia.

Depois de tudo isto, ainda acham descabida a ideia de que só existiu revolução porque não havia nada na televisão para entreter o povo?

Beijinhos gostosos a todos.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Super Size Me

Olá caríssimas e caríssimos, estimadas e estimados, excelências e excelencios.

Terão decerto depreendido, pelo espaço de tempo que decorreu desde a minha ultima presença escrita perante vós, que tenho estado ocupado.

Mas não é o tipo de ocupação normal que gentes como vós, ralé portanto, tem. Dediquei-me nestes últimos meses à Etologia.

Para quem não sabe, Etologia é a ciência que estuda o comportamento animal. E existe animal mais fascinante para ser estudado do que o Homo sapiens?

Óbvio que não.

Devo, antes de mais, fazer um ponto prévio em relação ao nome cientifico do homem. Ora, sapiens é latim para sábio, coisa que o homem na realidade não é. Como tal proponho a alteração do nome para Homo retardadus, um nome muito mais justo e bastante mais enquadrado com a realidade. E vocês sabem como eu gosto de um bom enquadramento com a realidade.

(Porque sublinhei eu o nome cientifico do homem? Vou-vos ensinar um bocadinho de sistemática e nomenclatura binomial:
O nome científico que caracteriza uma espécie é composto por duas palavras.
A primeira, escrita com a inicial em maiúscula, corresponde ao género;
a segunda, com a inicial escrita em minúscula corresponde ao epíteto especifico. Ambas as palavras são escritas em itálico a não ser quando são manuscritos ou não existe possibilidade de as escrever em itálico, situação na qual devem ser sublinhadas.
Como já devem ter reparado todo o texto do meu blog está em itálico e como tal tive de sublinhar.
E em apenas 2 minutos faço o meu serviço publico de tentar reduzir o vosso grau de ignorância e consigo fazer com que se sintam um bocadinho menos estúpidos.)

Esclarecido este ponto avancemos ao que me traz cá hoje.

Comecei a reparar, durante as minhas longas horas de estudo e tentativa de interacção com as fascinantes criaturas que sois, que ultimamente uma característica se tem acentuado de tal forma que mesmo um invisual com problemas auditivos e um ligeiro desnível numa perna repararia.

Algo que se tem espalhado como uma praga, um vírus, e que afecta nos dias que correm centenas de milhares de pessoas por este mundo fora. A situação escalou de tal forma e encontra-se neste momento tão fora de controlo que senti-me na obrigação de vir até vós alertar-vos para o facto de que:

Anda muita gente por aí com (o que na gíria se designa por) falta de peso!!!!



Falta de peso esta que não advém de um qualquer tipo de mal-nutrição ou disfunção psicológica, mas sim, de uma clara falta, e necessidade, de interacção sexual com criaturas do sexo oposto. (Ou do mesmo sexo. Nunca descriminei os deficientes e não é agora que vou começar)

Em que resulta então este fenómeno?

Num aumento significativo de pessoas que praticam o coito com o primeiro parceiro disponível que se lhes apresente à frente.

E perguntam vocês: “Mas isso é mau?”

Não, eu não disse em ponto algum que era mau.

Mas atentem no seguinte:

O sexo pode ser facilmente comparado com uma refeição. Existe a comida caseira, ou de um bom restaurante com panos quentes para limpar as mãos, e depois existe o MacDonald’s.

Ora o primeiro caso pode ser comparado a fazer sexo com alguém de quem se gosta mesmo e com quem se mantém uma relação.
Assim sendo começa-se pelas entradas, escolhe-se um bom prato acompanhado de um bom vinho (para quem gosta) enquanto se trocam dois dedos de conversa. Arranja-se espaço para a sobremesa e terminamos com a satisfação de ter desfrutado de uma belíssima refeição.

Já o segundo caso é comparável à situação previamente retratada em que basicamente se “afiambra” qualquer coisa só porque tem de ser.
Fundamentalmente a fome aperta e a sessão de cinema aproxima-se ou a hora que tinham combinado para se encontrar com os amigos também e então toca a enfiar fast-food pela "guela" abaixo que sempre mata a fome e podem continuar com os vossos afazeres como se nada se tivesse passado. Se não tiverem muita fome podem até deixar o hambúrguer a meio e ir tirar uma soneca ou jogar um sudoku.

E perguntam vocês agora: “Mas onde queres chegar com isto?”

A lado nenhum, simplesmente achei por bem partilhar convosco aquilo que a maior parte de vós já reparou e do qual provavelmente até faz parte.

Chama-se a isto constatar o óbvio, algo que eu por vezes também tenho de fazer para o bem das vossas mentes pouco desenvolvidas que não aguentam um stream constante de informação pertinente e, vá, não tão óbvia como esta que hoje partilhei convosco.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Arco-Íris e Elefantes Cor-de-Rosa

Olá pessoas deste planeta e possíveis seres inteligentes originários de outros locais que não a Terra.

Estranham o facto de estar a escrever novamente aqui após já o ter feito há menos de 24 horas?

Têm motivos para tal, mas não discutiremos isso agora.

Hoje irei novamente abordar uma questão de extrema pertinência. Questão essa que se insere na minha maior área de “expertise”.

Perguntam vocês: “Então mas tu não és um expert em tudo?”

Óbvio que sou, no entanto há uma área em particular que domino melhor do que uma criança chinesa domina uma linha de produção de sapatos ou do que um retardado domina a arte de bem se babar.

Falo-vos, claro está, de relacionamentos.

E dentro da imensidão de questões que esta palavra levanta falar-vos-ei do celebre “dar um tempo”.

Vou tentar ser simpático na minha explicação.

Existem uma série de factores que...

E depois...

Mas por fim...

Hmmm...

É estúpido mesmo!!

Porquê?

Porque a partir do momento em que se compara uma relação a uma doença é porque algo não está bem.

“Tá mal a relação? Então o melhor é ficar 1 semanita de cama longe da/o respectiva/o, beber um chá de camomila e pronto, volta tudo a ser arco-íris e elefantes cor-de-rosa”

Não funciona assim.

Quando se chega a um momento numa relação em que se acha por bem que o próximo passo a dar é afastar para (segundo o que se diz por aí) “sentir saudade e falta” é porque a relação está condenada.

Desde quando a melhor coisa a fazer quando se gosta de algo é evita-la?

Só existe uma palavra que categorize o que penso disto:

“DUH!”

Claro que podem sempre alegar que depois de se afastarem algum tempo apercebem-se que sentem falta do outro.

Santa inocência.

É óbvio que vão sentir falta. Chama-se hábito, vicio, rotina. Coisas bem diferentes de paixão, ou amor ou o que raio seja em que se baseia uma relação que é o que deviam sentir.

É o mesmo que mudarem de um T1 todo podre onde viveram meia dúzia de anos para um T3 impecável com vistas para o mar. É óbvio que vão sentir falta do T1. Não por gostarem mais dele mas porque já estavam habituados a andar ás escuras pela casa fora sem foderem um pé contra a perna de uma cadeira.

Hábito.

Muito diferente de ter realmente sentimentos por algo ou alguém.

É confortável, mas não é bom.

Entendido?

Uma relação é como o vinho.

Se for bom, bem selado e bem acondicionado com os anos fica cada vez melhor.

Se for mau e com a rolha toda “comida” passado algum tempo já é mais vinagre do que vinho.

O “dar um tempo” está ao mesmo nível do “depois de casar ele/ela muda” em termos de campos ilusórios nos relacionamentos.

Todos sabem que é uma ilusão, mas todos se acham a excepção à regra. E, como já expliquei num artigo anterior, não existem excepções à regra.

Citando Confúcio:

“Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam”

Isto nada tem a ver com o tema em questão (ou será que tem?), mas no fim deste artigo ficam a saber citar Confúcio, logo já valeu a pena o tempo que estão a perder.

Que mais vos posso dizer sobre isto? Nada.

Porquê?

Porque nada mais há a dizer.

Aliás, todo o artigo poderia ser resumido a:

Dar um tempo - Não funciona.

Mas como sabem eu gosto de engonhar e faço-o muito bem.

Palhaços e Balões Coloridos

Olá pessoas fofas.

O profeta está de volta. Depois de todo este tempo de interregno irei tentar honrar a promessa de escrever cá de vez em quando e com toda a pujança com que o fazia há tempos distantes mas nunca esquecidos.

Comecemos.

Ainda bem que existe Internet!

Por dois motivos:

- Não tenho muito jeito para escrever em pedra e assim torna-se muito mais fácil passar-vos as mensagens que quero transmitir.

- Sou um gajo tímido e, tal como Deus que em vez de aparecer em publico preferiu escrever numa pedra e dar ao outro para ler para a plateia, também eu me posso esconder atrás de um teclado e dizer sem floreados o que quero.

Assim sendo, e já que estamos numa de comparações, aproveito para vos iluminar mais uma vez com algo que me surgiu há tempos atrás numa das minhas muitas tentativas infrutíferas para adormecer e que estava aqui sarrabiscado no meu bloco.

Porque existiu a inquisição?

Porque não havia facebook na altura, portanto a única forma de se saber o que andavam as pessoas a fazer era existirem bufos, prender pessoas e tortura-las.

Posto isto, e vendo bem as coisas, um campo de concentração não era mais que uma grande sala de chat onde pessoas que tinham interesses ou “upbringings” semelhantes eram colocadas para partilharem experiências (e por vezes até uma manta).

Quando alguém era abatido num desses campos era o mesmo que na actualidade surgir no ecrã do irc a frase “/(nome da pessoa) has left the room”

Mas adiante que se faz tarde.

Hoje venho perante vós falar de politica.

Estão chocados já sei, não é normal eu falar disto.

Mas hoje estou bem disposto portanto vou-vos deixar só alguns apontamentos.

Existem duas coisas que não gosto na vida. Palhaços e comunistas.

No entanto prefiro os comunistas aos palhaços porque estes não usam pinturas na cara e como tal tornam-se menos assustadores.

O outro motivo pelo qual são menos assustadores é pelo facto de regra geral serem pessoas com mais de 60 anos e como tal a qualquer momento poderem perecer até eventualmente deixarem de existir.

Porque prefiro eu então os fascistas aos comunistas?

Porque embora ambos sejam muito semelhantes (para não dizer iguais) quando estão no poder, os comunista prometem o oposto. Ou seja, um comunista promete igualdade e liberdade e quando está no poder oferece opressão. Um fascista promete nacionalismo e opressão e quando chega ao poder oferece precisamente isso.

E eu sempre gostei de gente honesta.

Aliás, é por isso que o meu voto vai para o PNR. Porque é o único partido que sei que ao ser eleito vai fazer precisamente aquilo que diz na campanha eleitoral.

Enquanto todos os outros prometem melhorias no nível de vida, na educação, economia, saúde, etc e depois é o que se vê, continuamos com o país na merda, o PNR promete radicalidade, segregação, xenofobia, etc.

Certamente continuaríamos com o país na merda, mas ao menos não nos sentiríamos enganados.

Honestidade acima de tudo.

Pior do que se ser ditador é ser-se mentiroso.

Posto isto, tá tudo.

Beijos e abraços.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rebolation

Olá gentes modestas que vagueiam por este mundo, à deriva e sem rumo enquanto procuram respostas para as perguntas que não sabem fazer.

Venho-vos esclarecer uma questão que é discutida e debatida desde que o Mundo existe.

Até hoje.

Depois da minha revelação um mundo novo se revelará perante vós.

Meditei muito antes de vos abrir a mente como estou prestes a fazer porque as repercussões podem ser catastróficas. No entanto, quem não gosta de uma boa catástrofe?

Indo directo ao assunto vou-vos provar que o Céu e o Inferno não existem (ou, pelo menos, não como vos querem fazer acreditar) usando como única base demonstrativa as historias que se contam. Não deambularei muito para não vos confundir a cabeça.

As histórias dizem-nos duas coisas:

1ª - Deus é bom, o Diabo é mau

2ª - As pessoas boas são acolhidas no Céu, também conhecido como o Paraíso, onde vivem para o resto da eternidade em harmonia e tal; já as pessoas más vão para o Inferno onde passam uma eternidade de tortura e sofrimento.

Agora pegando nisto (e é incrível como nunca ninguém parou para pensar nisto, eu sei que tenho tempo livre a mais, mas ainda assim...) vou-vos mostrar o porquê de ser tudo mentira.

Tenho mesmo de mostrar? Vocês não conseguem chegar lá sozinhos?

Ok, ok, para os mais lentos aí na fila de trás eu vou explicar.

Para começar não faz sentido existir um Diabo nem um Inferno se Deus perdoa todos os nossos pecados e por associação de ideias vamos todos para o Céu. Diz a Bíblia que para isso basta confessar:

“If we confess our sins, He is faithful and just to forgive us our sins and to cleanse us from all unrighteousness.” (1 John 1:9)

Ou seja:

“- Mataste 20 pessoas à machadada?”
“- Matei!”
“- Tá tudo então, tás perdoado, podes entrar.”

(Este dialogo é fictício, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)

Sim! É assim tão simples entrar no Céu! Consta que nem consumo obrigatório tem.

Como vêm só por aqui dá para ver que não passam de histórias para meter medo às criancinhas (e para esse efeito continuo a achar a do papão bem mais conseguida que esta).

Mas, para não ficarmos por aqui, vamos por em hipótese que existe alguém que não queira confessar os seus pecados.

Aí sim, Deus já não perdoa (eu acho que ele perdoaria na mesma porque ao que consta ele é mesmo boa pessoa, mas enfim), o pecador já não é absolvido, não pode entrar no Ceu e então tem de ir para outro local.

Por esta perspectiva poderia fazer sentido a existência de um Inferno, mas o que contam consegue tirar todo o realismo e plausibilidade à coisa.

Sendo, segundo todas as lendas, o Diabo uma criatura maléfica e em constante luta com Deus porque iria ele punir ou castigar ou torturar todos os malfeitores que fossem parar ao Inferno? A meu ver, sendo ele também um malfeitor, iria trata-los bem, treina-los, dar-lhes poder e formar um exercito para rebentar com o Deus e os seus anjinhos eunucos e assim conquistar o domínio sobre o Céu e a Terra.

Conseguem perceber agora que algo não está bem contado no meio desta história toda certo?

Das duas uma, ou não existe nem Céu nem Inferno;

Ou o Diabo não passa de um fantoche ás ordens do Todo-Poderoso e o Inferno não passa de um abrigo (sim abrigo, porque sendo o Diabo um fantoche de Deus nunca iria torturar ou castigar ninguém) para os que não confessam .

Vale?

Beijos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tetris

Olá pessoa que está a ler isto.

Está tudo bem?

Como vai a família?

(Não respondam, é uma pergunta retórica, na realidade estou-me a borrifar para isso.)

Venho-vos hoje num estado ligeiramente... depressivo vá... falar-vos de algo que interessa a todos.

Exactamente! O Tetris (obrigado puto pela ideia, como vês não esqueci).

Começo por explicar o que é este famoso jogo e de onde vem.

O Tetris foi criado em 1984 por Alexey Pajitnov, Dmitry Pavlovsky e Vadim Gerasimov.



O objectivo do jogo é encaixar peças de diversos formatos de forma a criar uma linha completa que desaparece e dá pontos ao jogador.

Porque se tornou então um jogo com uma premissa tão parva num sucesso, tendo vendido cerca de 125 milhões de cópias para os inúmeros formatos em que foi lançado?

Porque o jogo dá ao jogador a possibilidade de conseguir algo inatingível para a maioria das pessoas ao longo de uma vida.

Encaixar as peças.

O comum mortal vive uma vida inteira a tentar encaixar as peças da sua cabeça, estruturar “linhas” e somar “pontos”. No entanto a única certeza no jogo da vida é a do Game-Over e não há mais créditos nesse jogo.

O facto de uma pessoa comum conseguir através de um jogo ver peças a encaixar e linhas a desaparecer é uma metáfora para os pensamentos que essas mesmas pessoas não conseguem alinhar e como tal faze-los desaparecer da sua mente permitindo-lhes viver uma vida despreocupado e sem arrependimentos.

Não é difícil, mas incrivelmente a maior parte dos seres ditos inteligentes não o consegue fazer.

Eu?

Nunca gostei do Tetris. Prefiro joga-lo na minha cabeça.

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