quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Geometricalidades

Não, não é mentira. Estou mesmo de volta e tão pouco tempo depois da última vez. Eu sou assim, tanto estou 2 meses sem ideias como de repente a minha fantástica mente é assolada pelas mais variadas respostas às questiúnculas que vós, comuns mortais, querem ver respondidas.

E perguntam vocês: “É hoje que nos vais esclarecer se apareceu primeiro o ovo ou a galinha?”

Não.

Essa questão já foi respondida por uma bela equipa de cientistas liderada pelo Dr. Colin Freeman.

Muito resumidamente este estudo mostra que a proteína ovocleidina-17 contida na casca de ovo induz a formação de cristais de calcite a partir de nano-particulas de carbonato de cálcio. O resto é senso comum e daí se conclui que o que surgiu primeiro foi a galinha.

Graças a esta investigação actualmente durmo muito mais descansado ao saber que existem ainda homens e mulheres por esse mundo fora a trabalhar em pesquisas vanguardistas que permitem esclarecer estas questões de tão premente importância para o bem-estar e a sobrevivência humana.

Mas não é isso que me leva a escrever-vos neste dia tão belo por alturas do pôr do sol, com o céu raiado de carmesim e o horizonte qual meretriz a pedir que o alcance e me perca nas suas tentações.

Estou aqui hoje junto a vós para analisar mais uma incapacidade do povo português (e não só).

Como a maior parte de vós sabe trabalho numa multi nacional de renome, vanguardista e líder de mercado na sua área (aliás, eu só trabalho em lideres de mercado, tudo o que seja abaixo disso não coaduna com o meu perfil megalómano, excêntrico e vencedor).

Ora, trabalhando eu em tal local tenho o “privilégio” de estar em contacto com algumas das formas mais primárias de vida, facto esse que me fez perder qualquer réstia de esperança que ainda pudesse ter na raça humana.

Refiro-me a quê?

À incapacidade de tais criaturas em reconhecerem formas e cores por forma a agrupar objectos junto aos seus semelhantes.

Exemplificando:

Imaginem que trabalho numa secção que vende, por exemplo, molduras (isto a atirar assim para o ar, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência).
Imaginem que essas molduras estão distribuídas por tamanho e cor.
Se estas criaturas a que me refiro pegarem, suponhamos, numa moldura de 21x30 preta (mais uma vez atiro assim para o ar à maluco até porque não percebo nada disso) e decidirem que não é bem aquilo que querem, pousam-na onde?

Exactamente.

Pousam-na junto das 50x70 de aluminio como é óbvio.

Eu até poderia compreender tal erro se a dita criatura fosse invisual o que certamente não será o caso na maior parte das situações, até porque, para que quereria um invisual uma moldura?

Neste exemplo acima descrito demonstrei artigos que pertenceriam à mesma secção da dita loja. Agora imaginem que hipoteticamente nessa zona onde se vendem molduras apareciam tábuas de passar-a-ferro, vassouras, conjuntos de pratos, estantes embaladas entre outros. Grave!

De tão graves e comuns que são estas situações que não descansei enquanto não encontrei uma explicação para tal.

Posso concluir apenas que estas criaturas foram negligenciadas na sua infância e não terão sido expostas a brinquedos como este:



Este tipo de brinquedos permitem às crianças desenvolver a capacidade de distinguir formas e cores e têm um forte impacto no seu desenvolvimento pessoal permitindo que as ditas cujas se transformem futuramente em pessoas ao invés de bestas acéfalas.

Por falar em bestas acéfalas lembrei-me agora assim de repente dos emigrantes que estão em França e ao fim de 3 dias já não sabem falar português. Comummente referenciados como “avecs”. Estas criaturas apresentam também características nefastas, entre elas o teor de “parolagem” que atinge níveis que deveriam ser considerados ilegais pela nossa legislação, mas o estudo destas curiosas e “espancáveis” criaturas fica para uma próxima edição.

Fica assim dada a explicação. Mais uma vez faço serviço público.

Lembrem-se, quando tiverem filhos(as), dêem-lhes brinquedos geométricos para brincar.
Ajudem a limpar Portugal das bestas acéfalas, criem pessoas.

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