Prólogo
Mais uma vez, e enquanto o meu corpo exigia uma noite longa de descanso depois de ter dormido apenas 2 horas na noite anterior, a minha mente decidiu vaguear livremente por esse vasto universo de pensamentos e lugares sinistros, cantos escuros e sarjetas, locais mal frequentados e de aspecto duvidoso, onde os vícios e a luxúria se misturam numa amalgama de sensações irresistíveis, onde criaturas místicas de aspecto ameaçador escravizam os comuns mortais e onde eu sou Deus e Diabo.
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Fugindo à natureza habitual das minhas temáticas, hoje decidi manter-me na senda de informações que vos tenho vindo a transmitir através do Facebook sobre as coisas que me irritam.
Comecei por tentar transpor esta minha ideia em mais um curto “post” como tem sido habito ultimamente, no entanto as ramificações eram tantas, a quantidade de informação que sinto necessidade de partilhar é de tal modo esmagadora, que não consegui resumir em 420 caracteres (limite do FB).
A saber:
Irritam-me pessoas que não sabem escrever português.
Não me estou a referir ao uso de abreviaturas que tanto jeito dá no dia a dia, nem aos esporádicos enganos resultantes de escrever à pressa, mas sim à incapacidade (de um numero assustadoramente elevado de pessoas) de distinguirem “ão” de “am” no final de certas palavras, do uso indevido de “á” “à” e “há”, “-se” “sse” e “se”, entre muitos outros exemplos que poderia dar.
Porque não sabem então as pessoas escrever português? Falta de estudos não é porque é uma constante mesmo em pessoas que os têm. Qual será então o problema?
Recuei mentalmente ao meus tempos de secundário e preparatório e, se a memória não me falha, a gramática deixa de fazer parte dos conteúdos programáticos a partir do 7º ou 8º ano, sendo substituída por analises de obras de importância relativa e qualidade subjectiva.
Isto sempre me revoltou, e continua bem presente na minha mente, porque foi a partir dessa altura que as minhas notas a português começaram a baixar drasticamente.
Porquê? Porque tenho uma personalidade forte e se há coisa que não tolero é que me imponham pontos de vista.
Resulta daí que sempre que estudávamos uma obra e depois passávamos à fase de analise, eu, como é óbvio, tinha a minha forma muito própria de a interpretar e que na maior parte das vezes era diferente da forma de interpretar do(a) professor(a).
Automaticamente a minha estava errada e a dele(a) é que estava correcta porque era assim que estava estipulado.
Inadmissivel.
A escrita, como qualquer outra forma de arte, tem um significado diferente para cada individuo que a ela se expõe, daí ser usado o termo interpretar.
Uma pesquisa rápida na wikipédia e no dicionário online de português mostram-nos o significado desta palavra:
-Compreender de uma certa forma
-Dar a uma coisa esta ou aquela significação
Portanto das duas uma:
-Ou o autor da obra especifica claramente o que quis transmitir quando a escreveu;
-Ou quem a lê é livre de a interpretar da forma que entender sendo que não existe uma verdade absoluta e consequentemente todos os pontos de vista estarem a priori correctos.
E aqui reside a falha do sistema de ensino no que à disciplina de português diz respeito. A gramática é uma ciência exacta, a interpretação de textos não é. A 1ª pode ser ensinada e é incontestável, a 2ª não.
Para terminar, e mantendo-me firme na defesa da gramática e do português bem escrito, constatei há poucos dias que um dos autores que figura nos conteúdos programáticos actuais da disciplina de português é o (felizmente) falecido Saramago.
Como é que é possível apresentarem numa disciplina que tem como objectivo ensinar português obras de uma criatura que através da sua escrita aparenta não ter feito sequer a instrução primária tal é o seu completo desrespeito pelas regras gramaticais?
Anseio pelo dia em que um(a) filho(a) meu(inha?) vá para a escola, apresente uma composição sem um único ponto final, virgula, paragrafo, etc., e o seu professor(a) tenha o desplante de criticar.
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Epilogo
Desculpem o tom mais sério deste meu texto que claramente difere do meu tipo habitual de escrita e não seria certamente o que estavam à espera depois de tanto tempo sem novidades, mas era algo me andava a “remoer” e que precisava de deitar cá para fora.
Prometo que no próximo volto a ser caustico.
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PS. Querida Stephenie Meyer sinto-me na obrigação de te elucidar em relação à estrutura de um livro. O que tu escreves no inicio e ao qual chamas prefácio não o é. É o Prólogo, uma introdução à história. O prefácio é, e passo a citar, "um resumo do conteúdo de um livro, exibindo exemplificações de capítulos e narrando o que está introduzido neles. Um prefácio eventualmente contém algumas impressões de terceiros sobre a obra." Fica o esclarecimento.