segunda-feira, 24 de maio de 2010

Relacionamentos à Distância: A Mentira Da Mentira

Olá amigos e amigas.

Enquanto tentava dar seguimento à minha dissertação sobre os sem-abrigo outros assuntos de maior relevância assolaram o meu intelecto.

Foi uma revelação de tal forma pertinente que terei de colocar a temática anteriormente discutida em stand-by de forma a me poder dedicar ao que hoje vos irei transmitir.

Comecemos então por partes.

Há algum tempo atrás escrevi uma frase no facebook que se tornou já como seria de esperar uma verdade absoluta.

Passo a transcrever: "Dizem que as relações à distância não funcionam. TRETAS!!! São as melhores. Tudo o que há de bom e sem as reuniões/festas familiares e os compromissos sociais. Win-Win situation."

Sinto-me na obrigação de aprofundar e corrigir esta afirmação.

Vou-vos provar, não por A + B porque isso não faz sentido, mas utilizando argumentos válidos que este tipo de relações são de facto as melhores mas no fundo não funcionam.

Um relacionamento à distância baseia-se em 2 paradigmas, um que existe um relacionamento interpessoal, o outro que existe uma distância considerável entre os 2 intervenientes. Ora estes 2 paradigmas transformam-se num paradoxo. Havendo uma distância considerável entre os intervenientes não pode existir um relacionamento interpessoal. Eu sei, a vossa mente acabou de ser mastigada repetidamente, cuspida e colocada na beira do prato como um naco de picanha argentina mal passada. Para um comum mortal não é fácil assimilar tamanha revelação.

Isto significa que não existem relacionamentos à distância (embora eu vá continuar a utilizar esta expressão no restante texto por motivos de facilidade de compreensão),
existem sim, e atentem na genialidade: Idas culturais gratuitas às *censurado*

Passo a explicar: uma relação à distância consiste em quê? Nas férias/feriados/afins um dos intervenientes desloca-se ao país do outro onde por norma fica alojado gratuitamente, visita a cidade(s), conhece um pouco da cultura e pratica o coito regressando posteriormente ao seu local habitual de residência.

Isto traz inúmeras vantagens.

A primeira e mais lógica é poder coleccionar relacionamentos destes como quem colecciona pokemons sem correr grandes riscos de ser apanhado bastando para isso ter alguma capacidade organizacional e não trocar nomes.

A segunda baseia-se no facto de existir uma barreira linguística. E perguntam vocês: "Mas isso não é uma desvantagem?". Claro que não. É uma enorme vantagem. Forçando a outra pessoa a ter de falar outra lingua reduz substancialmente a quantidade de informação irrelevante que ela debita por minuto pela boca fora. Poupam-se assim comprimidos para a dor de cabeça e pode-se passar mais rapidamente ao que realmente importa já que a linguagem corporal é universal.

Outra enorme vantagem é a facilidade com que se pode acabar uma destas relações bastando para isso invocar a regra de que os relacionamentos à distância não funcionam. Não é preciso andar à roda com tretas como: "Não és tu sou eu...", "Eu gosto de ti mas só como amigo", "Fui para a cama com a tua mãe e agora os jantares de familia são constrangedores", etc. Além disso podemos utilizar esta saída de duas formas: Por telefone/carta/mail e não corremos o risco de nos cruzar-mos na rua com a outra pessoa já que ela vive noutro país, ou então pessoalmente, sendo que esta ultima poderá dar direito a sexo de despedida já que acabam em bem por ser uma regra entranhada na sociedade e aceite como irrefutável.

Como vêm este tipo de relações são as melhores para quem não procura assentar numa relação monogamica.

E perguntam vocês: "Ah e se estiver a pensar em assentar com a outra pessoa com quem mantenho um relacionamento deste tipo?". E respondo eu: "És estupido."
E respondo isto porque toda a relação se baseia numa mentira. O facto de neste tipo de relacionamentos só se encontrarem pessoalmente meia-duzia de dias por ano e passarem a maior parte desse tempo a fornicar não vos permite ter uma perspectiva correcta de como é a interacção e convivência diaria. Quando isso acontecer percebem o erro que cometeram e aí já não podem usar a carta de saída que descrevi anteriormente. Há que pensar sempre uma passo à frente. Quando se começa algo tem de se ter a saída planeada e estruturada.
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Está esclarecido? Espero que sim.

Para finalizar gostaria de deixar uma dedicatória. Nunca dediquei um texto a ninguém mas sinto-me na obrigação de transmitir uma palavra de apreço a quem realmente é importante na minha vida. E refiro-me como é óbvio a mim mesmo. Eu sem mim não era nada, tudo o que eu sei e aprendi nesta vida devo-o a mim, sempre estive comigo nos bons e maus momentos e é graças a mim que eu sou o que sou hoje. Obrigado eu.

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